Visualizações de página do mês passado

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A ANATOMIA E FISIOLOGIA DO INTESTINO DELGADO

A ANATOMIA E FISIOLOGIA DO INTESTINO DELGADO



O intestino delgado é uma maravilha de complexidade e eficiênca. A sua função básica é a digestão e a absorção dos componentes dietéticos, uma vez que eles tenham deixado o estômago. Este processo depende de diversos fatores estruturais, fisiológicos, endócrinos e químicos. As secreções exócrinas provenientes do fígado e do pâncreas possibilitam a digestão de alimentos. A área superficial aumentada da mu-cosa do intestino delgado, então, absorve estes nutrientes. Além da sua função na digestão e na absorção, o intestino delgado é o maior órgão endócrino no corpo e é um dos mais importantes órgãos da função imune. Dado este papel essencial e à sua complexidade, é de se surpreender que as doenças do intestino delgado não sejam mais freqüentes. Neste capítulo, a anatomia e a fisiologia normais do intestino delgado são descritas, assim como os processos patológicos que envolvem o intestino delgado, o que inclui a obstrução, as doenças inflamatórias, as neoplasias, a doença diverticular e outros problemas diversos.
EMBRIOLOGIA
O intestino primitivo é formado durante a quarta semana de gestação fetal humana. A camada endodérmica dá origem ao revestimento epitelial do trato digestivo, e o mesoderma esplâncnico que envolve o endoderma dá origem ao tecido conjuntivo muscular e a todas as camadas do intestino.
Exceto pelo duodeno, que é uma estrutura do intestino anterior primitivo, o intestino delgado deriva do intestino médio.
Durante a quinta semana de desenvolvimento fetal, quando o comprimento intestinal está aumentando rapidamente, ocorre a herniação do intestino médio através do umbigo.
Esta alça de intestino médio apresenta tanto um ramo cranial quanto um caudal, com o ramo cranial se desenvolvendo no duodeno distal, jejuno e íleo proximal, e o ramo caudal tornando-se o íleo distal e os dois terços proximais do cólon transverso.
A junção dos ramos craniais e caudais se dá onde o ducto vitelínico se une ao saco vitelínico. Esta estrutura do ducto normalmente se oblitera antes do nascimento; no entanto, ela pode persistir como o divertículo de Meckel, em aproximadamente 2% da população.
Esta herniação do intestino médio persiste até aproximadamente dez semanas de gestação fetal, quando o intestino retorna à cavidade abdominal. Após completar uma rotação de 270 graus, a partir do seu ponto de início, o jejuno proximal reentra o abdome e ocupa o lado esquerdo do abdome, com alças subseqüentes ficando mais à direita. O ceco entra mais tardiamente e está localizado temporariamente no quadrante superior direito; no entanto, com o passar do tempo, ele desce para a sua posição normal no quadrante inferior direito. As anomalias congênitas de má-rotação e fixação intestinal podem ocorrer durante este processo.
O intestino delgado primitivo é revestido por uma bainha de células cubóides até aproximadamente a nona semana de gestação, quando os vilos começam a formar-se no intestino proximal e então prosseguem de um modo caudal, até que a totalidade do intestino delgado, e até mesmo o cólon, por um curto período de tempo, sejam revestidos por estas projeções digitiformes. A formação de criptas começa na 10-a até a 12-a semanas de gestação.
A camada de criptas do intestino delgado é um sítio contínuo de renovação e proliferação celulares.
Conforme as células ascendem no eixo criptas-vilos, a proliferação cessa e as células se diferenciam em um dos seus quatro tipos principais: enterócitos absortivos, que compõem aproximadamente 95% da população celular intestinal; células em cálice; células de Paneth e células enteroendócrinas
As células eventualmente são expelidas para dentro do lúmen intestinal. Surpreendentemente, todo este processo de renovação completa do revestimento intestinal ocorre em menos de uma semana em humanos.
ANATOMIA
Anatomia Macroscópica Descrição Geral
Todo o intestino delgado, que se estende do piloro até o ceco, mede 270 a 290 cm, com o comprimento duodenal sendo estimado em aproximadamente 20 cm, o comprimento jejunal em 100 a 110 cm e o comprimento ileal em 150 a 160 cm. O jejuno começa no ângulo duodenojejunal, que é ancorado por uma dobra peritoneal conhecida como o ligamento de Treitz.
Não há nenhuma linha demarcatória óbvia entre o jejuno e o íleo; no entanto, o jejuno é comumente considerado como sendo composto dos dois quintos proximais do intestino delgado e o íleo compõe os três quintos restantes. O jejuno apresenta uma circunferência um pouco maior, é mais espesso do que o íleo e pode ser identificado durante a operação examinando-se os vasos mesentéricos:
No jejuno, apenas uma ou duas arcadas enviam vasos retos longos, para a borda mesentérica, enquanto o suprimento sangüíneo para o íleo pode ter quatro ou cinco arcadas em separado, com vasos retos mais curtos. A mucosa do intestino delgado é caracterizada por dobras transversas (plicas circulares), que são proeminentes no duodeno distal e no jejuno.
Suprimento Neurovascular-Linfático
O intestino delgado é servido por ricos suprimentos vasculares, neurais e linfáticos, todos atravessando o mesentério. A base do mesentério se insere na parede abdominal posterior à esquerda da segunda vértebra lombar e passa obliquamente para a direita e inferiormente para a articulação sacroilíaca direita. O suprimento sangüíneo do intestino delgado, exceto pelo duodeno proximal que é irrigado pelos ramos do eixo celíaco, provém inteiramente da artéria mesentérica superior.
A artéria mesentérica superior faz um trajeto anterior ao processo uncinado do pâncreas e a terceira porção do duodeno, onde ele se divide para irrigar
  1. o pâncreas,
  2. o duodeno distal,
  3. todo o intestino delgado
  4. o cólon ascendente e o transverso.
Há um suprimento sangüíneo colateral abundante para o intestino delgado, fornecido pelas arcadas vasculares que fazem um trajeto pelo mesentério. A drenagem venosa do intestino delgado faz um paralelo com o suprimento arterial, com o sangue drenando para a veia mesentérica superior, que se une à veia esplênica, por trás do colo do pâncreas, para formar a veia porta.
A inervação do intestino delgado é proporcionada pelas divisões parasssimpáticas e simpáticas do sistema nervoso autônomo, que, por sua vez, fornece os nervos eferentes para o intestino delgado.
As fibras parassimpáticas são derivadas do vago, e elas atravessam o gânglio celíaco e afetam a secreção, a motilidade e, provavelmente, todas as fases da atividade intestinal. As fibras aferentes vagais estão presentes, mas aparentemente não carreiam impulsos dolorosos.
As fibras simpáticas provêm de três grupos de nervos esplâncnicos e têm as suas células ganglionares em geral em um plexo ao redor da base da artéria mesentérica superior. Os impulsos motores afetam a motilidade do vaso sangüíneo e, provavelmente, a secreção e a motilidade intestinais. A dor proveniente do intestino é mediada por fibras aferentes viscerais gerais no sistema simpático.
Os linfáticos do intestino delgado são encontrados nos principais depósitos de tecido linfático, particularmente nas placas de Peyer do intestino delgado distal. A drenagem linfática prossegue da mucosa através da parede do intestino até um grupo de linfonodos adjacentes ao intestino no mesentério. A drenagem continua até um grupo de linfonodos regionais adjacentes às arcadas arteriais mesentéricas e então para um grupo na base dos vasos mesentéricos superiores. A partir de lá, a linfa flui para dentro da cisterna chyli e, então, até os ductos torácicos até, por fim, esvaziarem-se no sistema venoso localizado no pescoço.
A drenagem linfática do intestino delgado constitui uma das principais vias de transporte de lipídios absorvidos para dentro da circulação e, da mesma forma, exerce um papel importante na defesa imune e também na disseminação das células provenientes dos cânceres intestinais.
Anatomia Microscópica
A parede do intestino delgado consiste de quatro camadas: serosa, muscular própria, submucosa e mucosa.

A serosa é a camada mais externa do intestino delgado e consiste num peritônio visceral, uma única camada de células mesoepiteliais achatadas que circundam o jejunoíleo e a superfície anterior do duodeno.
A muscular própria consiste em duas camadas musculares, uma camada longitudinal externa e uma camada circular interna, mais espessa, de músculo liso. As células gangliona-res provenientes dos plexos mioentéricos (Auerbach) estão interpostas às camadas musculares e enviam fibras neurais para ambas as camadas, desta forma fornecendo uma continuidade elétrica entre as células de músculo liso e permitindo a condução através da camada muscular.
A submucosa consiste numa camada de tecido conjuntivo fibroelástico contendo vasos sangüíneos e nervos. Ela é o componente mais resistente da parede intestinal e, portanto, precisa ser incluída nas suturas anastomóticas. Ela contém redes elaboradas de linfáticos, arteríolas e vênulas e um extenso plexo de células ganglionares (plexo de Meissner). Os nervos provenientes das camadas musculares mucosas/submucosas são interconectados por pequenas fibras nervosas, e foram descritas conexões cruzadas entre os elementos adrenérgicos e colinérgicos.
A mucosa pode ser dividida em três camadas: a muscular da mucosa, a lâmina própria e a camada epitelial.
A muscular da mucosa é uma camada fina de músculo que separa a mucosa da submucosa.
A lâmina própria é uma camada de tecido conjuntivo entre as células epiteliais e a muscular da mucosa que contém uma variedade de células, incluindo plasmócitos, linfócitos, mastócitos, eosinófilos, macrófagos, fibroblastos, células musculares lisas e tecido conjuntivo não-celular.
A lâmina própria, a base na qual as células epiteliais se apoiam, atua como um papel protetor no intestino para combater os microorganismos que penetram no epitélio sobrejacente, secundariamente a um rico suprimento de células imunes. Os plasmócitos sintetizam ativamente as imunoglobulinas e outras células imunes na lâmina própria e liberam vários mediadores (ex., citocinas, metabólitos do ácido araquidônico e histaminas) que podem modular diversas funções celulares do epitélio sobrejacente.
A camada epitelial é uma bainha contínua de células epiteliais que cobrem os vilos e revestem as criptas. As principais funções do epitélio da cripta são a renovação celular e a secreção exócrina, endócrina, de água e de íons; as principais funções do epitélio viloso são a digestão e a absorção. Existem quatro tipos celulares principais na camada mucosa:
  • (1) as células em cálice, que secretam muco;
  • (2) as células de Paneth, que secretam lisozima, o fator de necrose tumoral (TNF) e as criptidinas, que são homólogas das defensinas dos leucócitos e supostamente estão relacionadas com o sistema de defesa do hospedeiro;
  • (3) os enterócitos absortivos;
  • (4) as células enteroendócrinas, das quais existem mais de 10 populações distintas que produzem os hormônios gastrintestinais.
Microscopicamente, a mucosa é projetada para uma área absortiva máxima com os vilos fazendo protrusão para dentro do lúmen. Os vilos são mais altos no duodeno distal e no jejuno proximal, e mais curtos no íleo distal. Os enterócitos absortivos representam o principal tipo celular na mucosa e são responsáveis pela digestão e absorção. As suas superfícies luminais são recobertas por microvilos que repousam sobre uma teia terminal. Os microvilos aumentam a capacidade absortiva em 30 vezes. Para aumentar ainda mais a absorção, os microvilos são recobertos por uma capa peluda de glicoproteínas, o glicocálix.
FISIOLOGIA
Digestão e Absorção
O complexo processo de digestão e eventual absorção de nutrientes, água, eletrólitos e minerais é o principal papel do intestino delgado.7 Litros de água e centenas de gramas de alimentos são liberados ao intestino delgado diariamente; e, com notável eficiência, quase todo o alimento é absorvido, exceto pela celulose indigerível. O estômago inicia o processo de digestão com a degradação dos sólidos até partículas de 1 mm, ou menos, que então são liberados para o duodeno, onde as enzimas pancreáticas, a bile e as enzimas da borda em escova continuam o processo de digestão e eventual absorção através da parede do intestino delgado.8 O intestino delgado é primariamente responsável pela absorção dos componentes dietéticos (carboidratos, proteínas e gorduras), assim como de íons, vitaminas e água.
Carboidratos
Um adulto que consome uma dieta ocidental normal ingerirá 300 a 350 g de carboidratos por dia, com aproximadamente 50% consumidos como amido, 30% como sacarose, 6% como lactose e o restante como maltose, trehalose, glicose, frutose, sorbitol, celulose e pectinas.*11 O amido dietético é um polissacarídeo que consiste de longas cadeias de moléculas de glicose (Fig. 46-6). A amilose compõe aproximadamente 20% do amido na dieta e é degradada nas ligações a-1,4 pelas amilases salivares (ex., ptialina) e pancreáticas que convertem a amilose a maltotriose e maltose. A amilopectina, que compõe aproximadamente 80% do amido dietético, apresenta pontos de ramificação a cada 25 moléculas ao longo das cadeias de glicose longas; as ligações de glicose a-1,6 na amilopectixia produz os produtos terminais da digestão da amilase: maltose, maltotriose e os sacarídios em ramos residuais, as dextrinas. Em geral, os amidos são quase que completamente convertidos a maltose e a outros polímeros de glicose pequenos antes de terem passado além do duodeno e do jejuno superior. O restante da digestão dos carboidratos ocorre como resultado das enzimas da borda em escova da superfície luminal.
A borda em escova do intestino delgado contém as enzimas lactase, maltase, sacarose-isomaltase e trehalase, que dividem os dissacarídios, assim como outros polímeros da glicose pequenos nos seus monossacarídeos componentes.
A lactase hidrolisa a lactose em glicose e galactose. A maltase hidrolisa a maltose para produzir monômeros de glicose. A sacarose-isomaltase possui duas subunidades da mesma molécula; a sucrose hidrolisa a sacarose para fornecer glicose e frutose e a isomaltase hidrolisa as ligações a-1,6 em dextrinas a-limite para fornecer glicose. A glicose representa mais de 80% dos produtos finais da digestão dos carboidratos com a galactose e a frutose, geralmente representando não mais do que 10% dos produtos da digestão de carboidratos.
Os carboidratos são absorvidos sob a forma de monossacarídeos. O transporte das hexoses liberadas (glicose, galactose e frutose) é executado por mecanismos específicos que envolvem um transporte ativo. As principais vias de absorção são três mecanismos carreadores de membrana, o transportador de glicose e sódio 1 (SGLT-1), o transportador de glicose 5 (GLUT-5), e o transportador de glicose 2 (GLUT-2).
A glicose e a galactose são absorvidas por um mecanismo de transporte ativo mediado por carreadores que envolve o co-transporte de Na+ (transportador SGLT-1). Conforme o Na+ difunde-se para dentro da célula, ela puxa a glicose ou a galactose com ele, desta forma proporcionando energia para o transporte do monossacarídio. A saída da glicose do citosol para o espaço intracelular predominantemente se deve a um carreador independente do Na+ (transportador de GLUT-2), localizado na membrana basolateral. A frutose, o outro monossacarídeo importante, é absorvido do lúmen intestinal através de um processo de difusão facilitado. O carreador envolvido na absorção da frutose é o GLUT-5, que está localizado na membrana apical do enterócito. Este processo de transporte não depende do Na+, ou de energia. A frutose sai da membrana basolateral por outro processo de difusão facilitada que envolve o transportador GLUT-2.
Proteína
A digestão de proteína é iniciada no estômago, onde o ácido gástrico desnatura as proteínas. A digestão é continuada no intestino delgado, onde a proteína fica em contato com as proteases pancreáticas. O tripsinogênio pancreático é secretado no intestino pelo pâncreas em uma forma inativa, porém fica ativado pela enzima enteroquinase, uma enzima da borda em escova no duodeno. A tripsina ativada então ativa as demais enzimas precursoras proteolíticas pancreáticas. As endopeptidases, que incluem a tripsina, a quimiotripsina e a elastase, agem nas ligações peptídias no interior da molécula de proteína, produzindo peptídios que são substratos para as exopeptidases (carboxipeptidases), que removem serialmente um único aminoácido da extremidade carboxil do peptídio.
Isto resulta na divisão das proteínas complexas em dipeptídios, triglicerídeos e algumas proteínas maiores, que são absorvidas a partir do lúmen intestinal através de um mecanismo de transporte ativo mediado pelo Na+ e digerido ainda mais pelas enzimas na borda em escova e no citoplasma dos enterócitos:
Estas enzimas peptidases incluem as aminopeptidases, e várias dipeptidases, que dividem o restante dos polipeptídios maiores em tripeptídios e dipeptídios e em alguns aminoácidos. Os aminoácidos, dipeptídios e tripeptídios são facilmente transportados através dos microvilos para dentro das células epiteliais onde, no citosol, peptidases adicionais hidrolizam os dipeptídios e os tripeptídios em aminoácidos isolados, que então passam através da membrana celular epitelial para o sistema venoso porta. Em geral, nos humanos normais, a digestão e a absorção das proteínas estão 80% a 50% completas no jejuno.
Gorduras
Emulsificação das Gorduras
A maioria dos adultos na América do Norte consome 60 a 100 g/dia de gordura. Os triglicerídeos, as gorduras mais abundantes, são compostos de um glicerol, um núcleo e três ácidos graxos; pequenas quantidades de fosfolipídeos, colesterol e ésteres de colesterol também são encontrados na dieta normal. Essencialmente toda a digestão de gorduras ocorre no intestino delgado, onde o primeiro passo é a degradação dos glóbulos gordurosos em tamanhos menores, de modo a facilitar uma degradação adicional pelas enzimas digestivas hidrossolúveis, um processo chamado emulsificação. Este processo é facilitado pela bile proveniente do fígado que contém sais biliares e a lecitina fosfolipídia. As partes polares dos sais biliares e das moléculas de lecitina são solúveis em água, enquanto as porções restantes são solúveis em gorduras. Portanto, as porções Jipossolúveis dissolvem a camada superficial dos glóbulos de gordura, e as porções polares, projetando-se para fora, são solúveis nos líquidos aquosos circunjacentes. Este arranjo torna os glóbulos de gordura mais acessíveis à fragmentação pela agitação no intestino delgado. Portanto, uma das principais funções dos sais biliares e, especialmente da lecitina na bile, é permitir que os glóbulos gordurosos sejam prontamente fragmentados pela agitação do lúmen intestinal. Com o aumento na área superficial dos glóbulos de gordura resultando da ação dos sais biliares e da lecitina, as gorduras agora podem ser rapidamente atacadas pela lipase pancreática, a enzima mais crucial na digestão dos triglicerídeos, que divide os triglicerídeos em ácidos graxos livres e 2-monoglicerídeos.
Formação de Micelas
A digestão de gorduras é ainda mais acelerada pelos sais biliares, que, secundariamente a sua natureza antipática, podem formar micelas. As micelas são pequenos glóbulos esféricos compostos de 20 a 40 moléculas de sais biliares com um núcleo esterol que é altamente lipossolúvel e um grupo polar hidrofílico que se projeta para fora. As micelas mistas então formadas são arranjadas de tal modo que o lipídio insolúvel seja rodeado pelos sais biliares orientados com as suas extremidades de frente para a parte de fora. Portanto, tão rapidamente quanto os monoglicerídeos e os ácidos graxos livres são formados pela lipólise, eles se dissolvem na porção hidrofóbica central das micelas, que então agem para carrear estes produtos da hidrólise das gorduras para as bordas em escova das células epiteliais, onde ocorre a absorção.
Processamento Intracelular
Os monoglicerídeos e os ácidos graxos livres, que são dissolvidos na porção lipídica central das micelas de ácidos biliares, são absorvidos através da borda em escova devido a sua natureza altamente lipossolúvel e simplesmente difundem-se para o interior da célula.
Após a desagregação das micelas, os sais biliares permanecem dentro do lúmen intestinal para penetrarem dentro da formação de novas micelas e agem para carrear mais monoglicerídeos e ácidos graxos para as células epiteliais. Os ácidos graxos liberados e os monoglicerídeos na célula formam-se de novo em novos triglicerídeos. Esta nova formação de um triglicerídeo ocorre na célula através das interações das enzimas intracelulares que estão associadas ao retículo endoplasmático. A principal via para a ressíntese envolve a síntese de triglicerídeos, a partir de 2-monoglicerídeos e os ácidos graxos ativados pela coenzima A (CoA). A lipase microssomal acyl-CoA é necessária para a síntese de acyl-CoA, a partir do ácido graxo antes da esterificação. Estes triglicerídeos reconstituídos então combinam-se com o colesterol, os fosfolipídios e as apoproteínas para formarem quilomícrons que consistem em um núcleo interno contendo triglicerídeos e um núcleo membranoso externo de fosfolipídios e apoproteínas. Os quilomícrons passam das células epiteliais para as lacteais, onde eles passam através dos linfáticos para dentro do sistema venoso. Cerca de 80% a 90% de toda a gordura absorvida o é a partir do intestino e transportada para o sangue por meio da linfa torácica sob a forma de quilomícrons. Pequenas quantidades de ácidos graxos de cadeia curta e média podem ser absorvidas diretamente para dentro do sangue portal, em vez de serem convertidos em triglicerídeos e absorvidos pelos linfáticos. Estes ácidos graxos de cadeia mais curta são mais hidrossolúveis, o que permite a sua difusão direta para dentro da corrente sangüínea. A Fig. 46-8 resume o processo de digestão e absorção de gorduras.
Circulação Êntero-hepática
O intestino proximal absorve a maior parte da gordura dietética. Apesar dos ácidos graxos não-conjugados serem absorvidos dentro do jejuno por difusão passiva, os ácidos graxos conjugados que formam micelas são absorvidos no íleo por transporte ativo e são reabsorvidos a partir do íleo distal. Os ácidos biliares então passam via sistema venoso porta para o fígado para a ressecção como bile. O pool total de sais biliares em humanos é de 2 a 3 g, e ele recircula aproximadamente seis vezes a cada 24 horas (a circulação ênterohepática dos sais biliares).91013 Quase todos os sais biliares são absorvidos, com apenas aproximadamente 0,5 g perdida nas fezes diariamente; isto é substituído pela ressíntese a partir do colesterol.
Água, Eletrólitos e Vitaminas
Oito a 10 litros de água por dia entram no intestino delgado. Grande parte dela é absorvida, com apenas aproximadamente 500 ml, ou menos, deixando o íleo e entrando no cólon89 (Fig. 46-9).
A água pode ser absorvida pelo processo de difusão simples. Além disso, a água pode ser puxada para dentro e para fora da célula através de um processo de pressão osmótica, resultante do transporte ativo de sódio, glicose ou aminoácidos para dentro das células.
Os eletrólitos podem ser absorvidos no intestino delgado pelo transporte ativo ou pelo acoplamento ao soluto orgânica q j^a+ e absoj^do pelo transporte ativo através das membranas basolaterais. O Cl~ é absorvido na parte superior do intestino delgado por um processo de difusão passiva. Grandes quantidades de HCO~3 precisam ser reabsorvidas, e isto é obtido de modo indireto. Conforme o Na+ é absorvido, o H+ é secretado dentro do lúmen do intestino. Ele então combina-se com o HC03~, para formar ácido carbônico, que então dissocia-se para formar água e dióxido de carbono. A água permanece no quimo, mas o dióxido de carbono é logo absorvido no sangue e é expirado. O cálcio é absorvido, particularmente no intestino proximal (duodeno e jejuno), por um processo de transporte ativo; a absorção parece ser facilitada por um ambiente ácido e é intensificada pela vitamina D e pelo hormônio da paratireóide. O ferro é absorvido como heme, ou componente não-heme, no duodeno por um processo ativo. O ferro então é depositado dentro da célula como ferritina, ou é transferida para a ligação plasmática para a transferrina. A absorção total do ferro é dependente das reservas corporais de ferro e da velocidade da eritropoiese; qualquer aumento na eritropoiese aumenta a absorção do ferro. O potássio, o magnésio, o fosfato e outros íons podem ser absorvidos ativamente através da mucosa.
As vitaminas são lipossolúveis (ex., A, D, E e K) ou hidrossolúveis (ex., ácido ascórbico [vitamina C], biotina, ácido nicotínico, ácido fólico, riboflavina, tiamina, piridoxina [vitamina B6] e cobalamina [vitamina Bi2]).910,16 As vitaminas lipossolúveis são carreadas em micelas mistas e transportadas em quilomícrons de linfa para dentro do ducto torácico e para dentro do sistema venoso. A absorção das vitaminas hidrossolúveis parece ser mais complexa do que originalmente se supunha. A vitamina C é absorvida por um processo de transporte ativo que incorpora um mecanismo acoplado ao sódio, assim como um sistema carreador específico. A vitamina B6 parece ser rapidamente absorvida pela difusão simples para dentro do intestino proximal. A tiamina (vitamina Bx) é rapidamente absorvida no jejuno por um transporte ativo similar ao do sistema de transporte acoplado ao sódio para a vitamina C. A riboflavina (vitamina B5) é absorvida pelo intestino superior pelo transporte facilitado. A absorção da vitamina B12 ocorre primariamente no íleo terminal. A vitamina B!2 é derivada da cobalamina, que é liberada do duodeno pelas proteases pancreáticas. A cobalamina liga-se ao fator intrínseco, que é secretado pelo estômago, e é protegido da digestão proteolítica. Os receptores específicos no íleo terminal captam o complexo fator intrinseco-cobalamina, provavelmente por translocação. No enterócito ileal, a vitamina B12 livre é ligada a um pool ileal de transcobalamina n, que a transporta para dentro da circulação porta.
MOTILIDADE
As partículas alimentares são propelidas através do intestino delgado por uma série complexa de contrações musculares A peristalse consiste em contrações intestinais que passam aboralmente a uma velocidade de 1 a 2 cm/s. A principal função da peristalse é o movimento do quimo intestinal através do intestino. Os padrões de motilidade no intestino delgado variam grandemente entre os estados alimentares e de jejum. Os potenciais de marca-passo, que supostamente originam-se do duodeno, iniciam uma série de contrações no estado alimentar que impulsionam o alimento através do intestino delgado. Durante o período interdigestivo (jejum) entre as refeições, o intestino é regularmente varrido pelas contrações cíclicas que se movimentam aboralmente ao longo do intestino a cada 75 a 90 minutos. Essas contrações são iniciadas pelo complexo mioelétrico migratório (CMM), que está sob o controle de vias neurais e humorais. Os nervos extrínsecos para o intestino delgado são vagais e simpáticos. As fibras vagais têm dois efeitos funcionalmente diferentes: um é colinérgico e excitatório e o outro é peptidérgico e provavelmente inibitório. A atividade simpática inibe a função motora, enquanto a atividade parassimpática estimula-a. Apesar de se saber que os hormônios intestinais afetam a motilidade do intestino delgado, o único peptídio que claramente mostrou funcionar com este papel é a motilina, que é encontrada no seu nível plasmático de pico durante a fase IH (surtos intensos de atividades mioelétricas resultando em contrações regulares e de alta amplitude) de CMMs.
FUNÇÃO ENDÓCRINA
Hormônios Gastrintestinais
Os hormônios gastrintestinais são distribuídos ao longo do comprimento do intestino delgado em um padrão espacial específico. De fato, o intestino delgado é o maior órgão endócrino no corpo.
Apesar de freqüentemente serem classificados como hormônios, esses agentes nem sempre funcionam de uma maneira verdadeiramente endócrina (ex., descarga na corrente sangüínea, onde uma ação é produzida em um local a distância):
Algumas vezes, estes peptídeos são liberados e agem localmente de uma maneira parácrina ou autócrina. Além disso, estes peptídios podem servir como neurotransmissores (ex., peptídio intestinal vasoativo). Os hormônios gastrintestinais exercem um papel importante na secreção pancreaticobiliar e intestinal e na motilidade. Além disso, certos hormônios gastrintestinais exercem um efeito trófico sobre a mucosa intestinal e o pâncreas normais e neoplásicos.
A localização, os principais estimulantes da liberação e os efeitos primários dos hormônios gastrintestinais mais importantes são resumidos na Tabela 46-3.
Além disso, os empregos diagnósticos e terapêuticos dos hormônios gastrintestinais são listados abaixo:
Receptores
Os hormônios gastrintestinais interagem com os seus receptores na superfície celular para iniciar uma cascata de eventos sinalizadores que eventualmente culminam nos seus efeitos fisiológicos. Estes hormônios primariamente sinalizam através dos receptores acoplados à proteína G que atravessam a membrana plasmática sete vezes e representam o maior grupo de receptores encontrados no corpo. As proteínas G heteroméricas, que são compostas de subunidades α, β e γ são os interruptores moleculares para a transdução do sinal. Acredita-se que a ligação do agonista ao receptor de domínio transmembrana sete causa uma alteração conformacional no receptor que permite que ele interaja com as proteínas G. Os segundos mensageiros intracelulares que podem então ser ativados incluem o monofosfato cíclico de adenosina, Ca2+, monofosfato cíclico de guanosina e fosfato de inositol.
Além dos hormônios gastrintestinais, numerosos outros peptídeos e fatores de crescimento estão localizados na mucosa gastrintestinal, inclusive o fator de crescimento epidérmico, os fatores α e β transformadores do crescimento, o fator de crescimento semelhante à insulina, o fator de crescimento do fibroblasto e o fator de crescimento derivado da plaqueta.
Estes peptídeos exercem um papel no crescimento e na diferenciação celular e agem através dos receptores da tirosina-quinase, que tem um único domínio envolvendo a membrana.
Uma terceira classe de receptores de superfície, os receptores ligados aos canais iônicos, são encontrados com mais freqüência nas células da linhagem neuronal, e em geral ligam neurotransmissores específicos.
Exemplos incluem receptores para os neurotransmissores excitatórios (acetilcolina e serotonina) e neurotransmissores inibitórios (ácido y-aminobutírico, glicina). Estes receptores sofrem uma modificação conformacional na ligação do mediador, o que permite a passagem dos íons através da membrana celular e resulta em modificações na voltagem do potencial.
FUNÇÃO IMUNE
Durante o curso de um dia normal, ingerimos numerosas bactérias, parasitas e vírus. As grandes áreas de superfície da mucosa do intestino delgado representam um grande portal em potencial de entrada para estes patógenos; o intestino delgado serve como uma grande barreira imunológica, além do seu importante papel na digestão e na função endócrina. Como resultado da exposição antigênica constante, o intestino possui células linfóides abundantes (p. ex., linfócito T e B) e células mielóides (macrófagos, neutrófllos, eosinófilos e mastócitos). Para lidar com a constante inundação de toxinas e antígenos em potencial, o intestino evoluiu em um mecanismo altamente organizado e eficiente para o processamento antigênico, imunidade humoral e imunidade celular.
O tecido linfóide associado ao intestino está localizado em três áreas: nas placas de Peyer, nas células linfóides da lâmina própria e nos linfócitos intra-epiteliais.
As placas de Peyer são nódulos linfáticos não-encapsulados que constituem um ramo aferente do tecido linfóide associado ao intestino que reconhece antígenos através de um mecanismo especializado de amostragem das células das microdobras (M) contidas no epitélio associado ao folículo:
Os antígenos que obtêm acesso às placas de Peyer ativam e estimulam as células B e T nestes locais. As células M recobrem os folículos linfóides no trato gastrintestinal e fornecem um sítio para a amostragem seletiva dos antígenos intraluminais. Os linfócitos ativados a partir dos folículos linfóides então deixam o trato intestinal e migram para dentro dos linfáticos aferentes que drenam para os linfonodos mesentéricos. Além do mais, estas células migram para a lamina própria. Os linfócitos B tornam-se linfoblastos carreadores da imunoglobulina de superfície (Ig) A, que desempenha uma função criticamente importante na imunidade mucosa.
Os linfócitos B e os plasmócitos, os linfócitos T, os macrófagos, as células dendríticas, os eosinófilos e os mastócitos estão dispersos, ao longo do tecido conjuntivo da lamina própria. Aproximadamente 60% das células linfóides são células T.
Estes linfócitos T são um grupo heterogêneo de células e podem se diferenciar em um dos diversos tipos de células T eferentes. As células efetoras T citotóxicas danificam diretamente as células-alvo. As células T-helper são células efetoras que ajudam a mediar a indução de outras células T, ou a indução de células B para produzirem anticorpos humorais. As células T-supressoras desempenham exatamente a função oposta. Aproximadamente 40% das células linfóides na lâmina própria são células B, que são primariamente derivadas dos precursores nas placas de Peyer. Estas células B e a sua progênie, os plasmócitos, enfocam-se predominantemente na síntese da IgA e, em menor grau, na síntese da IgM, da IgG e da IgE.
Os linfócitos intra-epiteliais estão localizados no espaço entre as células epiteliais que revestem a superfície mucosa e encontram-se próximas à membrana basal. Suspeita-se que a maior parte dos linfócitos intra-epiteliais sejam células T. Na ativação, os linfócitos intra-epiteliais podem adquirir uma função citolítica que pode contribuir para a morte da célula epitelial pela apoptose. Estas células podem ser importantes na imunovigilância contra as células epiteliais anormais.
Conforme já foi declarado, um dos principais mecanismos imunes protetores para o trato intestinal é a síntese e a secreção de IgA. O intestino contém mais de 70% das células produtoras de IgA no corpo. O IgA é produzido pelos plasmócitos na lâmina própria e é secretado no intestino, onde ele pode ligar-se a antígenos na superfície mucosa. O anticorpo IgA atravessa a célula epitelial para o lúmen por meio de um carreador protéico (o componente secretório) que não apenas transporta o IgA mas também protege-o contra os lisossomas intracelulares. O IgA não ativa o complemento e não intensifica a opsonização mediada por células ou a destruição dos organismos infecciosos ou dos antígenos, o que contrasta agudamente com o papel de outras imunoglobulinas. O IgA secretório inibe a aderência das bactérias às células epiteliais e previne a sua colonização e multiplicação. Além disso, o IgA secretório neutraliza as toxinas bacterianas e a atividade viral, e bloqueia a absorção dos antígenos a partir do intestino.
MISODOR, 13 09 2009
BIBLIOGRAFIA:
  1. SABISTON - TRATADO DE CIRURGIA, 17 -a edição,Editura Elsevier, 2006 Volume II, pp. 1323 - 1554
  2. NACIF, Marcelo Souto et al. Análise retrospectiva do trânsito do delgado em um serviço de radiologia de hospital geral. Radiol Bras [online]. 2004, vol.37, n.3 [cited 2009-09-14], pp. 179-183 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842004000300008&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0100-3984. doi: 10.1590/S0100-39842004000300008.
  3. Carolina F.: Anatomia do estômago, intestinos delgado e grosso

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fisiologia sistema digestório





Fisiologia – Sistema Digestório

O sistema ou aparelho digestivo (também chamado sistema digestório) é o sistema que, nos animais, é responsável por obter dos alimentos ingeridos os
nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos
que têm por função a realização da digestão.
O tubo digestivo apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. A parede do tubo
digestivo tem a mesma estrutura da boca ao ânus, sendo formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia.
Os dentes e a língua preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação, os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os a
saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas. A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da
língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: doce, azedo, salgado e amargo.
A presença de alimento na boca, como sua visão e cheiro, estimula as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além
de sais e outras substâncias.
Saliva e Peristaltismo
A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Os sais, na saliva,
neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH levemente ácido (6, 7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é
empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas, levando entre 5 e 10 segundos para
percorrer o esôfago. Através do peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um
mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem
do alimento para o interior do estômago.
Estômago e Suco gástrico
No estômago, o alimento é misturado com a secreção estomacal, o suco gástrico (solução rica em ácido clorídrico e em enzimas).
A pepsina decompõem as proteínas em peptídeos pequenos. A renina, produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascidos, separa o leite em
frações líquidas e sólidas.
Apesar de estarem protegidas por uma densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do
suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. O
estômago produz cerca de três litros de suco gástrico por dia. O alimento pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e se mistura ao suco
gástrico auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal. O bolo alimentar transforma-se em uma massa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.
Hormônios
Durante a digestão, são produzidos certos hormônios essenciais ao processo digestivo. No estômago, ocorre a formação de gastrina, hormônio cuja
função é estimular a produção de ácido clorídrico. Já no intestino, ocorre a produção de três hormônios essenciais ao processo digestivo. A secretina atua sobre o
pâncreas, estimulando a liberação de bicarbonato, enquanto que o hormônio colecistoquinina estimula a liberação de bile pela vesícula biliar e a liberação de
enzimas pelo pâncreas. Por fim, o hormônio enterogastrona atua sobre o estômago, inibindo o peristaltismo estomacal.
Intestino delgado, Suco pancreático e Bile
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25
cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm).
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido
pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O
pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de
microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco
pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas,
gorduras e ácidos nucléicos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. No suco
entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas.
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é
atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
Observe na tabela a seguir, as principais enzimas envolvidas no processo digestivo:
Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos




Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose




Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos




Suco pancreático




Quimiotripsina




Tripsina




Amilopepsina




Rnase




Dnase




Lipase




alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
proteínas
proteínas
polissacarídeos
RNA
DNA
lipídeos
peptídeos
peptídeos
maltose
ribonucleotídeos
desoxirribonucleotídeos
glicerol e ácidos graxos
Suco intestinal ou entérico
Carboxipeptidase
Aminopeptidase
Dipeptidase
Maltase
Sacarase
Lactase
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
alcalino
oligopeptídeos
oligopeptídeos
dipeptídeos
maltose
sacarose
lactose
aminoácidos
aminoácidos
aminoácidos
glicose
glicose e frutose
glicose e galactose
Absorção de nutrientes no intestino delgado
O álcool etílico, alguns sais e a água podem ser absorvidos diretamente no estômago. A maioria dos nutrientes é absorvida pela mucosa do intestino
delgado, de onde passam para a corrente sanguínea.
Aminoácidos e açúcares atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células
do corpo. O glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados,
formando pequenos grãos, que são secretados nos vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente sanguínea.
Depois de uma refeição rica em gorduras, o sangue fica com aparência leitosa, devido ao grande número de gotículas de lipídios. Após uma refeição
rica em açúcares, a glicose em excesso presente no sangue é absorvida pelas células hepáticas e transformada em glicogênio e sendo convertida em glicose
novamente assim que a taxa de glicose no sangue cai.
Intestino grosso
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se
une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação
pelo ânus. Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do
reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o
movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como
retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.
O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como
o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis. A distensão provocada pela presença de fezes estimula
terminações nervosas do reto, permitindo a expulsão de fezes, processo denominado defecação.

Perguntas e respostas sobre o FIES.

1 – O que é o FIES?
O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) é um programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. O FIES foi criado em 1999 e a partir deste ano passa a funcionar com importantes mudanças que facilitaram ainda mais a contratação do financiamento por parte dos estudantes.

2 – Quem pode se candidatar ao FIES?
Podem solicitar o financiamento pelo FIES os estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação não gratuitos que tenham obtido avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e que seja oferecido por instituição de ensino superior participante do Programa.
O estudante somente poderá solicitar o financiamento para um único curso de graduação em que estiver regularmente matriculado. Não serão considerados regularmente matriculados os estudantes cuja matrícula acadêmica esteja em situação de trancamento geral de disciplinas durante o período de inscrição no FIES.

3 – Quem não pode se candidatar ao FIES?
É vedada a inscrição no FIES a estudante:
  • cuja matrícula acadêmica esteja em situação de trancamento geral de disciplinas no momento da inscrição;
  • que já tenha sido beneficiado com financiamento do FIES;
  • inadimplente com o Programa de Crédito Educativo (PCE/CREDUC);
  • cujo percentual de comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita seja inferior a 20% (vinte por cento).

4 – é exigido o ENEM para o FIES?
A partir de 29 de julho de 2011, os estudantes que concluíram o ensino médio a partir do ano letivo de 2010 e queiram solicitar o Fies deverão ter realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 ou ano posterior.
Ficarão isentos da exigência do Enem os professores da rede pública de ensino, que estejam em efetivo exercício do magistério da educação básica e que sejam integrantes do quadro de pessoal permanente de instituição pública, regularmente matriculados em cursos de licenciatura, normal superior ou pedagogia. Também não será exigido o Enem dos estudantes que tenham concluído o ensino médio antes de 2010.

5 – O FIES financia todos os cursos?
O financiamento é concedido aos estudantes matriculados em cursos presenciais com avaliação positiva nas avaliações do Ministério da Educação.
São considerados cursos com avaliação positiva os cursos de graduação que obtiverem conceito maior ou igual a 03 (três) no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.
Para verificação dos critérios de qualidade do curso, serão considerados:
  • o Conceito de Curso (CC);
  • o Conceito Preliminar de Curso (CPC), na hipótese de inexistência do CC;
  • o conceito obtido pelo curso no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), na hipótese de inexistência do CC e do CPC.
Serão considerados os conceitos mais recentes publicados.
Os cursos que ainda não possuam os conceitos citados acima e que estejam autorizados para funcionamento, segundo cadastro do MEC, poderão participar do programa.

6 – Qual é a taxa de juros do FIES?
A taxa de juros do FIES é de 3,4% ao ano para todos os cursos.

7 – Como faço para me inscrever no FIES?
A partir de agora, o FIES terá fluxo contínuo, ou seja, o estudante poderá solicitar o financiamento em qualquer período do ano, de acordo com a sua necessidade. As inscrições são feitas pelo Sistema Informatizado do FIES (SisFIES), disponível para acesso neste sítio.
Confira o passo a passo para solicitar o financiamento:
1º Passo: Inscrição no SisFIES
O primeiro passo para efetuar a inscrição é acessar o SisFIES e informar os dados solicitados. No primeiro acesso, o estudante informará seu número de Cadastro de Pessoa Física (CPF), sua data de nascimento, um endereço de e-mail válido e cadastrará uma senha que será utilizada sempre que o estudante acessar o sistema. Após informar os dados solicitados, o estudante receberá uma mensagem no endereço de e-mail informado para validação do seu cadastro. A partir daí, o estudante acessará o SisFIES e fará sua inscrição informando seus dados pessoais, do seu curso e instituição e as informações sobre o financiamento solicitado.
2º Passo: Validação das informações
Após concluir sua inscrição no SisFIES, o estudante deverá validar suas informações na Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA), em sua instituição de ensino, em até 10 (dez) dias, contados a partir do dia imediatamente posterior ao da conclusão da sua inscrição. A Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) é o órgão responsável, na instituição de ensino, pela validação das informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição.
3º Passo: Contratação do financiamento
Após a validação das informações o estudante deverá comparecer a um agente financeiro do FIES em até 10 (dez) dias, contados a partir do terceiro dia útil imediatamente subsequente à data da validação da inscrição pela CPSA, para formalizar a contratação do financiamento.
No ato da inscrição no SisFIES, o estudante escolherá a instituição bancária, assim como a agência de sua preferência. Sendo a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil os atuais Agentes Financeiros do Programa.
Atenção! Os prazos para validação da documentação na CPSA e para comparecimento na instituição bancária começam a contar a partir da conclusão da inscrição no SisFIES e da validação da inscrição na CPSA, respectivamente, e não serão interrompidos nos finais de semana ou feriados.

8 – O que é a Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA)?
A Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) é responsável pela validação das informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição, bem como pela validação das informações prestadas pelos estudantes quando dos aditamentos dos contratos.
Cada local de oferta de cursos da instituição de ensino deverá constituir uma Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento do FIES (CPSA). A Comissão será composta por cinco membros, sendo dois representantes da instituição de ensino, dois representantes da entidade máxima de representação estudantil da instituição de ensino e um representante do corpo docente da instituição de ensino.
Os representantes da Comissão deverão integrar o corpo docente, discente e administrativo do local de oferta de cursos. Caso não exista entidade representativa dos estudantes no local de oferta de cursos, os representantes estudantis serão escolhidos pelo corpo discente da instituição.

9 – Qual documentação deve ser apresentada pelo estudante à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento do FIES (CPSA)?
Após concluir sua inscrição no SisFIES, o estudante deverá procurar a Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento do FIES (CPSA) em sua instituição de ensino e validar as informações prestadas. Confira aqui a documentação que deve ser apresentada pelo estudante.

10 – Após a validação das informações pela CPSA, qual documentação deve ser apresentada pelo estudante à instituição bancária?
Para efetuar a contratação do financiamento deverão ser apresentados os documentos (originais e fotocópias):
Documentos do aluno:
  • Documento de Regularidade de Inscrição (DRI) emitido pela Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento do FIES (CPSA);
  • Termo de concessão ou de atualização do usufruto de bolsa parcial do ProUni, quando for o caso; Documento de identificação;
  • CPF próprio e, se menor de 18 anos de idade não emancipado, CPF do seu representante legal;
  • Certidão de casamento, CPF e documento de identificação do cônjuge, se for o caso;
  • Comprovante de residência.
Documentos do fiador (no caso da opção por Fiança Tradicional ou Fiança Solidária):
  • Documento de identificação;
  • CPF;
  • Certidão de casamento,
  • CPF e documento de identificação do cônjuge, se for o caso;
  • Comprovante de residência;
  • Comprovante de rendimentos, salvo no caso de fiança solidária, conforme disposto no § 4º do art. 12.

11 – O que acontece se o estudante não comparecer à CPSA ou ao Agente Financeiro nos prazos estabelecidos?
Caso o estudante não compareça à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento do FIES (CPSA) ou ao Agente Financeiro (instituição bancária) nos prazos determinados, a inscrição será cancelada, podendo o estudante realizar nova inscrição a qualquer tempo

12 – Existe um percentual mínimo de financiamento pelo FIES?
O percentual mínimo de financiamento pelo FIES no momento da inscrição é de 50% (cinquenta por cento) do valor dos encargos educacionais cobrados do estudante por parte da instituição de ensino.

13 – Existe um percentual máximo de financiamento pelo FIES?
  • Até 100% (cem por cento) dos encargos educacionais cobrados do estudante por parte da instituição de ensino quando o percentual de comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita com estes encargos for igual ou superior a 60% (sessenta por cento);
  • Até 100% (cem por cento) dos encargos educacionais cobrados do estudante por parte da instituição de ensino no caso de bolsistas parciais do Programa Universidade para Todos (ProUni) que optem por inscrição no FIES no mesmo curso em que é beneficiário da bolsa e estudantes de cursos de licenciatura, independentemente da renda familiar mensal bruta per capita;
  • até 75% (setenta e cinco por cento) dos encargos educacionais cobrados do estudante por parte da instituição de ensino quando o percentual de comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita com estes encargos for igual ou superior a 40% (quarenta por cento) e inferior a 60% (sessenta por cento);
  • de 50% (cinquenta por cento) dos encargos educacionais cobrados do estudante por parte da instituição de ensino quando o percentual de comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita com estes encargos for igual ou superior a 20% (vinte por cento) e inferior a 40% (quarenta por cento).

14 – Como calcular o percentual de comprometimento da renda?
Para calcular o percentual de comprometimento da renda é necessário primeiro dividir por 6 o valor da semestralidade com desconto, obtendo assim o valor da mensalidade com desconto. Dividindo o valor da mensalidade com desconto pela renda familiar mensal bruta per capita e multiplicando esse resultado por 100 obtemos o percentual de comprometimento.
Exemplo:
  • Semestralidade com desconto: R$ 3.600,00
  • Mensalidade com desconto: R$ 600,00 (R$ 3.600,00 ÷ 6)
  • Renda familiar mensal bruta per capita: R$ 1.000,00
  • Percentual de comprometimento: 60% [(R$ 600,00 ÷ R$ 1.000,00) * 100]

15 – O estudante que já pagou alguma mensalidade do semestre poderá ser ressarcido, caso contrate o financiamento?
Sim, caso a contratação do financiamento aconteça no decorrer do semestre, a instituição de ensino deverá ressarcir ao estudante financiado o valor referente às parcelas da semestralidade já pagas pelo estudante.

16 – É necessário ter um fiador para ter acesso ao financiamento?
Os alunos bolsistas parciais do Prouni, ou que estejam matriculados em cursos de licenciatura ou que tenham renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio podem optar pelo Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC), no momento da sua inscrição, ficando dispensados da exigência do Fiador. Nos demais casos é exigida a apresentação de um fiador. Existem dois tipos de fiança: a fiança tradicional e a fiança solidária.

17 – O que é a Fiança Convencional?
A fiança convencional é aquela prestada por até dois fiadores apresentados pelo estudante ao agente financeiro, observadas as seguintes condições: no caso de estudante beneficiário de bolsa parcial do ProUni, o(s) fiador(es) deverá(ão) possuir renda mensal bruta conjunta pelo menos igual à parcela mensal da semestralidade, observados os descontos regulares e de caráter coletivo oferecidos pela IES, inclusive aqueles concedidos em virtude de pagamento pontual. Nos demais casos, o(s) fiador(es) deverá(ão) possuir renda mensal bruta conjunta pelo menos igual ao dobro da parcela mensal da semestralidade.

18 –O que é a Fiança Solidária?
A Fiança solidária constitui-se na garantia oferecida reciprocamente por estudantes financiados pelo FIES reunidos em grupo de três a cinco participantes, em que cada um deles se compromete como fiador solidário da totalidade dos valores devidos individualmente pelos demais.

O grupo de fiadores solidários deve ser constituído no agente financeiro (instituição bancária) no ato da contratação do financiamento por parte dos estudantes. Cada estudante poderá participar de apenas um grupo de fiadores solidários, sendo vedado aos membros do grupo o oferecimento de outro tipo de fiança a qualquer estudante financiado pelo FIES.

Para a constituição do grupo da fiança solidária, não será exigida comprovação de rendimentos dos membros do grupo. Os membros do grupo de fiadores solidários devem obrigatoriamente ser estudantes da mesma instituição de ensino, matriculados no mesmo local de oferta de cursos.

19 – O que é o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo?
O Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC) é uma opção para os candidatos ao FIES em que não há a necessidade de apresentação de fiadores e tem como objetivo facilitar o trâmite para a contratação do financiamento. Independente do agente financeiro escolhido, os estudantes aptos poderão fazer a opção pelo Fundo. Atualmente, são agentes financeiros do FIES a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

20 – Quem pode recorrer ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo?
Podem recorrer ao Fundo:

  • Estudante matriculado em cursos de licenciatura;
  • Estudante com renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo e meio;
  • Bolsista parcial do Programa Universidade para Todos (ProUni) que opte por inscrição no FIES no mesmo curso em que é beneficiário da bolsa.

21 – Como recorrer ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo?
Para recorrer ao Fundo, o estudante deverá, no momento da inscrição, optar por essa modalidade verificando se a instituição na qual pretende ingressar aderiu à iniciativa, já que a adesão das instituições participantes do Fies ao Fundo é voluntária.

22 – Como funciona o abatimento do saldo devedor para professores da rede pública?
Os professores da rede pública de educação básica, em efetivo exercício do magistério que cursaram ou estejam cursando uma licenciatura com empréstimo do Fies, independentemente da data de contratação, podem solicitar o abatimento mensal de 1%, do saldo devedor. Para quitar o financiamento com trabalho, o educador deve comprovar que leciona pelo menos 20 horas semanais em escola pública.

23 – Como requerer o benefício?
Para requerer o benefício, o docente ou estudante deve formalizar o pedido no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do MEC que opera o financiamento estudantil. O FNDE disponibilizará neste sítio um sistema específico para que seja feito esse requerimento. Ao requerer o abatimento, o estudante deverá informar os dados referentes ao seu contrato de financiamento e a Secretaria de Educação a que se encontra vinculado. Após receber a solicitação de abatimento, o FNDE notificará o agente financeiro responsável para a suspensão da cobrança das prestações referentes à amortização do financiamento. As Secretarias de Educação dos Municípios, Estados e do Distrito Federal deverão confirmar as informações prestadas pelo estudante referentes ao efetivo exercício na rede pública de educação básica. As informações deverão ser atualizadas pelo financiado e validadas pela respectiva Secretaria de Educação a cada ano para a operacionalização do abatimento.


Link:  http://sisfiesportal.mec.gov.br/faq.html